domingo, 31 de agosto de 2008

Secretária do PT diz que legendas não investem em mulhere

A legislação eleitoral determina que os partidos reservem uma cota 30% das candidaturas para as mulheres, mas as legendas não investem em políticas de incentivo à participação feminina nas eleições. A avaliação é da secretária nacional de Mulheres do PT, Laisy Morière.

Ela afirma que no PT a participação feminina na disputa eleitoral municipal caiu cerca 0,5% em relação a 2004. A diminuição não foi só no partido, e o motivo, segundo a secretária, é a falta de políticas específicas para incentivar as mulheres a participarem das eleições.

"Apesar de elas serem a maioria da população, não existe uma política específica de formação para essas mulheres. Como o jogo eleitoral é muito concorrido e também um espaço extremamente masculino, as mulheres, às vezes, não se sentem à vontade no jogo eleitoral”, argumenta.

De acordo com Laisy Morière, o jogo eleitoral “é de quem tem dinheiro, tem força, e então muitas vezes as mulheres preferem não ir para a disputa”.

Ela reforça que não falta interesse feminino pela política ou pelo processo eleitoral. O que há, na sua opinião, é falta de estímulo.

“Acredito que há falta de investimento dos partidos para que as mulheres passem a ser protagonistas do processo eleitoral. Elas são protagonistas do processo político. Hoje, se formos analisar, em todos os espaços do Brasil existem mulheres, mesmo que a duras penas”, afirma.

Para Laisy Morière, a pequena participação das mulheres nas eleições se deve ao fato de que os partidos não são punidos por descumprirem a cota prevista em lei.

“O partido não cumpre os 30% e não tem problema nenhum. Ele não pode preencher as vagas com homens, mas isso não é sanção”, reclama.

“Se existisse punição para quem não cumprisse a cota, garanto que o percentual seria cumprido e os partidos passariam a investir mais em mulheres”, acrescenta.
Laisy Molière citou exemplos de outros países, como a Argentina, que utiliza a cota para as mulheres no número de vagas no Parlamento e não para o preenchimento de candidaturas.
+ A secretária reconhece que o processo político-eleitoral é difícil, “mas as mulheres precisam se filiar aos partidos, participar das disputas internas para, posteriormente, lutar por uma vaga na corrida eleitoral”.

Agência Brasil

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